Sempre gostei do clima noir em filmes como Chinatown, e jamais imaginaria que os personagens marvel poderiam se adaptar a esse universo sombrio enfumaçado e misterioso que normalmente se passa nos anos 30. Afinal colant colorido, pranchas voadoras ou armaduras indestrutíveis não combinam muito com escritórios bagunçados de detetives classe média, ou mercearias a beira da falência tendo que pagar por segurança para a máfia. Ternos, sobretudos, mulheres misteriosas de vestidos longos, charutos e armas fazem parte do mundo noir. E na linha marvel noir não é diferente.
O primeiro Marvel noir que eu adquiri foi o Demolidor, depois foi só alegria. O Demolidor fica para outro texto, porque hoje vou falar do Justiceiro Noir que até agora é meu favorito da serie.
Essa história se passa em Manhatan em 1935 onde o Justiceiro era apenas um personagem de rádio-novela. Diferente do Justiceiro tradicional, aqui Frankie Castel ainda é uma criança que ajuda seu pai, Frank, um veterano da primeira guerra, no comércio da família que não vai nada bem. Frank se recusa a pagar ao crime organizado por segurança, o que o torna um alvo para os mafiosos. Vilões clássicos do Justiceiro fazem parte dessa releitura, como o Retalho e Barracuda. Mas o mais bacana é o Russo, personagem que tinha lutado na primeira guerra, e que Frank pensava ter exterminado, mas depois volta de uma forma bem diferente dos vilões habituais. Para evitar spoilers serei direto:
O pai do Frankie é assassinado e seu filho, inspirado no herói da rádio-novela, coloca um capuz de caveira e sai pelas ruas para se vingar dos assassinos de seu pai. Quando a justiça pela morte de seu pai é feita e todos os responsáveis por aquele ato já estão mortos, o Justiceiro continua sua jornada e em um diálogo no túmulo de seu pai ele procura seu novo objetivo: Luciano? Capone? Não, seu novo alvo seria o próprio Hitler.
Essa história tem o roteiro de Frank Tieri, arte de Paul Azaceta e Antonio Fuso, e foi publicada em portugues pela panini books.
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