Essa
é a primeira blogagem coletiva que a Coruja participa! Ueba! A iniciativa foi da Sybylla do blog Momentum Saga. E é
sobre um tema que eu adoro, os livros que marcaram a minha infância,
que tiveram participação especial nos meus devaneios infantis, que
fomentaram minha paixão pela leitura. Sou filha de professora,
livros é que não faltaram na minha casa, nem estímulo. Minha mãe
é a grande culpada por transformar livrarias e bibliotecas em
lugares tão especiais para mim.
Tenho
algumas lembranças fragmentadas de manusear livros quando ainda nem
sabia ler, ganhar livros de presente era sempre uma alegria
indescritível, também devorava os gibis da Turma da Mônica, tinha uma coleção imensa de histórias da Magali. Meu avô tinha um quartinho recheado de livros antigos,
que eu ficava admirando, tocando as lombadas, era quase sagrado.
Entre essas memórias escolhi alguns livros para contar para vocês,
mas decidi não colocar os livros que eu citei na postagem "Os livros na minha vida" para
não ficar repetitiva. Vamos para minha listinha então?
Panela
de arroz – Luiz Camargo
Esse
foi um dos meus primeiros livros com texto, e eu não me lembrava
dele até me deparar pelas “interneta” com uma imagem do Maneco
Caneco Chapéu de Funil, o herói desse livro, e bateu uma saudade,
uma nostalgia sem tamanho de uma história que me divertia tanto! Não
sei aonde esse livro foi parar, mas foi um dos primeiros livros que
eu li e reli um monte de vezes.
A capa da minha edição era essa. |
Essa
é a segunda história do Maneco, um personagem formado por
utensílios de cozinha que não eram utilizados, e que, montado no
seu Leitão Leitor parte em busca de aventuras! Nessa road trip
suína, Maneco encontra uma casa/panela de arroz, com portas e
janelas fechadas. Para conseguir entrar, Maneco tinha que resolver
charadas, como:
“A
porta disse:
Um,
Dois!
Maneco
Caneco respondeu:
Feijão
com Arroz.
E
a porta abriu.”
“A
outra porta disse:
O
que é, o que é: tem dente, mas não morde?
Maneco
Caneco respondeu:
Alho.
E
a porta abriu.”
Eu
era apaixonada por essas charadinhas, adorava perguntar para todo
mundo! (era uma chata mesmo). Eu tive outros livros com esse tipo de
charadas, mas o que eu me lembro melhor é o Maneco Caneco
descobrindo como fazer arroz.
O
Menino do Dedo Verde – Maurice Druon
O
menino do Dedo Verde é a memória mais antiga que eu tenho de um
livro que me emocionou. Tistu, um menino que foi criado muito bem
protegido pela riqueza dos pais descobre com o jardineiro que tem um
poder muito especial: o dedo verde. Onde Tistu tocava com o dedo
verde, plantas e flores incríveis nasciam e se desenvolviam num
exuberante esplendor. Mas Tistu não sabia nada do mundo, e quando
descobre a dor e a guerra ele busca melhorar as coisas usando o seu
dedo verde.
Essa era a capa do meu exemplar |
Tistu me emocionou tanto, chorei com ele, quis ter um
dedo verde para ajudar a mudar o mundo, quis subir uma certa escada
de plantas e buscar Tistu. É um livro doce, encantador, sobre amor, amizade, beleza e bondade.
Coleção
Vaga-lume
Resolvi
citar a coleção Vaga-lume como um todo, pois ela foi uma descoberta
incrível na minha infância e início da adolescência, li vários
livros dela, alguns eu tinha, outros eu peguei na biblioteca da escola, e cada um foi importante para mim de um jeito diferente.
Cada leitura era uma aventura deliciosa! “Um cadáver ouve rádio”,
“O mistério do Cinco Estrelas”, “Sozinha no mundo”, “Doze
horas de terror”, “Bem-vindos ao Rio”, todos do Marcos Rey,
eram os meus favoritos! Mas também li “Açúcar Amargo” do Luiz
Puntel, “Cabra das Rocas” do Homero Homem,“O caso da Borboleta
Atíria” da Lúcia Machado de Almeida, “O Feijão e o Sonho” de
Orígenes Lessa, “Os barcos de papel” de José Maviael … esses
são os que eu me lembro melhor. Toda escola tinha que ter essa
coleção na biblioteca! Essa coleção ajudaria a desmistificar a ideia que muitos jovens tem de que literatura nacional é chata.
Bem,
vou ficando por aqui, se não esse texto fica quilométrico, mas acho
que os três itens da minha lista refletem bem três momentos da
minha infância e do meu processo de “tornar-me” leitora. O estímulo e o exemplo da minha família foram muito importantes para as minhas primeiras aventuras literárias, e a escola foi importante por oferecer novos livros, novas descobertas, por manter meu interesse vivo. Mas hoje, como professora de escola pública percebo o quão difícil é apresentar o universo dos livros para jovens que não tiveram nem estímulo, nem exemplos na família de pessoas leitoras. Cada livro lido por eles é uma pequena vitória para mim.
E vocês, quais livros marcaram a sua infância? Como foi sua entrada no universo literário? Você leu algum dos livros da minha lista? O que você achou?
E vocês, quais livros marcaram a sua infância? Como foi sua entrada no universo literário? Você leu algum dos livros da minha lista? O que você achou?
Se
você gostou do tema dessa blogagem coletiva, participe você também,
publique no seu blog ou nas suas redes sociais com a #BCLivrosdeInfância
e compartilhe com a gente suas leituras de criança!
Blogs participantes (vou atualizando durante o dia):
Momentum Saga Ponto Livro
Aceita um leite? Meteorópole
Tiozinho nerd Marta Preuss
Quinas e Cantos Cabaré das Ideias
Luz de Luma Espelho de si
Blogs participantes (vou atualizando durante o dia):
Momentum Saga Ponto Livro
Aceita um leite? Meteorópole
Tiozinho nerd Marta Preuss
Quinas e Cantos Cabaré das Ideias
Luz de Luma Espelho de si
Ahhhhh, poxa.... esse livro do dedo verde fiquei com vontade de ler agora! Que coisa mais bonitinha! Me lembrou um pouco a história de Buda, bem... antes de ele ser o Buda, rs, quando ele descobre como era o mundo real, não aquele que seu pai mostrava para ele.
ResponderExcluirE coleção Vaga-Lume acho que foi um dos mais impulsionadores da leitura da garotada nos anos 80 e 90. Li vários deles por indicação dos professores ou porque pegava na biblioteca do colégio mesmo. Um dos que eu mais gostei foi um que se passava na Barreira do Inferno. Essas leituras juvenis também me deram um livro autografado. A Odete de Barros Mott foi no meu colégio uma vez para uma oficina e ela autografou meu livro O Filme na Barriga do Panda! Poxa, esqueci de mencionar isso na minha blogagem! Que mancada! rs
Adorei seu post! =D
Menino do Dedo Verde entrou na minha seleção e a Coleção Vagalume tb marcou minha infância, assim como as 'Crônicas Para Gostar de Ler..." . Delícia essa blogagem coletiva. Saudosismo puro!
ResponderExcluirTb tô na BC!
Bjos, Trícia.
Oi, Fran!
ResponderExcluirMinha mãe também era professora, mas de conservatório de música, então para mim era mais fácil ler partituras do que ler um livro, mas eu gostava de gibis e percebo que nessa blogagem - por estar participando pessoas que gostam de ler - praticamente tivemos a mesma iniciação. A coleção Vagalume só fui ler na pré-adolescência... já o menino Tistu, ele também me emocionou demais e ainda me serve de exemplo para as minhas atitudes.
Beijus,
Eu era péssima em charadas!!! Meu Deus! Mas acho que cruzei com Maneco em minhas andanças pelas bibliotecas da escola na adolescência, eu e minhas amigas passamos muito tempo nela conversando e lendo livros infantis era nosso QG para as aulas vagas e recreios da vida! Acho que chegamos a ler todos os livros infantis dela enquanto trocávamos confidencias.
ResponderExcluir"O menino do dedo verde" também foi um livro que me emocionou sabia?!? Conheci ele na adolescência e acho que já era emotiva naquela época e sempre me impressiono com a forma como a Coleção Vaga-Lume foi presente na adolescência de tantas pessoas. Será que fui a única adolescente que não curtia essa coleção? Vou ali morrer um pouquinho!!! kkkk
Adorei seu texto Fran, obrigada por abraçar a ideia é um prazer blogar com você!!!
A coleção Vaga-Lume definitivamente foi um marco na literatura infato-juvenil brasileira. Livros como Sozinha no Mundo de Marcos Rey e Os Barcos de Papel do meu conterrâneo José Maviael Monteiro me encantam até hoje. Mas com certeza o livro que mais me marcou foi Éramos Seis de Maria José Dupré. Ainda hoje é uma leitura muito emocional para mim, tanto que, apesar de adorar reler meus livros preferidos, esse é um livro que pouco revisito.
ResponderExcluirLembro de ter tido contato com o Menino do Dedo Verde mas infelizmente nunca tive a oportunidade lê-lo. Mas vou anotar para ver se consigo encontra-lo em algum sebo da vida, assim como o Panela de Arroz!
Adorei a lista!
Fran, amei essa coleção do Maneco, será que ainda tem para vender? Vou procurar para minha filha. A coleção Vagalume marcou época também, mas confesso que gostava mais das histórias de Pedro Bandeira. Ainda não li esse livro do dedo verde, pretendo ler com a minha filha com certeza.
ResponderExcluirEssa semana nacional do livro foi só nostalgia, também fiz um post de reflexão por esse dia exatamente sobre isso que vc falou sobre criar leitores. Acho uma tarefa e tanto.
Boo Nina,
http://www.rascunhocomcafe.com/2014/10/o-desafio-de-uma-leitora-em-criar.html