Os livros na minha vida

      Os livros sempre fizeram parte da minha vida. Tenho memórias de brincar com um livrinho de pano, todo colorido, quando eu ainda nem sabia o A-E-I-O-U.  Minha mãe é professora, então sempre tive diversos livros disponíveis em casa, as vezes herdava os livros dos meus primos mais velhos, até que comecei a pegar livros na biblioteca da escola e a frequentar livrarias. Não consigo me imaginar sem livros, eles são companhia, refúgio, aprendizado... viagens interplanetárias ou em algum subconsciente, guerras, revoluções, amor, perdas, esperanças... é tudo tão humano. Acredito que a leitura pode nos tornar seres melhores. E nesse post vou contar um pouco dos livros que foram importantes para minha vida.

O Planeta dos Homens sem Cor – Margarida Ottoni

Esse livro apareceu aqui em casa, não sei se era da minha mãe da época em que ela dava aula, ou se alguém da família acabou deixando por aqui, mas foi um dos primeiros livros que eu curti muito de ler, junto com alguns livros da coleção Vagalume. Esse livro é uma ficção científica para crianças, e tem uma das características que eu mais amo em ficção científica: propor questionamentos sobre nossa sociedade atual, sobre as relações humana. O Planeta dos Homens sem Cor levanta reflexões sobre a nossa forma de viver e produzir, e também sobre as aparências e preconceitos. É um livro pequeno, com uma leitura agradável, mas não é infantil, não menospreza o leitor. E é uma das memórias mais lindas das minhas leituras de criança.

Batalhas do Castelo – Domingos Pellegrini

Eu encontrei esse livro na biblioteca da escola onde eu estudava, tava meio jogado num canto, mas como eu estava estudando feudalismo nas aulas de história (é eu já amava história no ensino fundamental) me interessei por um livro que falava de um castelo. E não era qualquer castelo, era um castelo arruinado, numa área pedregosa, com um bobo da corte que se torna Duque e mendigos, órfãos e rejeitados como vassalos desse bobo. É uma história extremamente tocante sobre companheirismo, respeito, amizade. Como eu chorei!!! É uma leitura singela que emociona. E também é uma mostra que livros infantis podem ser profundos e poéticos. Tenho muita vontade de ler novamente. Pena não ter na biblioteca do colégio onde eu trabalho =/ .

Harry Potter e a Câmara Secreta – J.K. Rolling

Esse foi o primeiro livro que eu comprei. Sabe, peguei dinheiro com minha mãe, entrei na livraria, escolhi e comprei, me senti gente grande! rs.  Como eu não tinha ideia que era uma série de livros, eu comprei a Câmara Secreta e não a Pedra Filosofal, por ter achado a capa mais bonita =) Mesmo tendo começado pelo segundo livro, fiquei viciada pela série. Esperava ansiosamente o lançamento, corria pra livraria para comprar os livros, lia tudo numa vez só, nem que tivesse que virar a noite. Foi com as aventuras de Harry, Mione e Rony que eu consolidei de vez meu amor por livros. <3

Capitães da Areia – Jorge Amado

Eu tinha uns 15 anos quando eu li esse livro a primeira vez. No começo estranhei a escrita e alguns termos de “baianês”, mas continuei a leitura e fui completamente fisgada pela Bahia desses meninos de rua, os “Capitães da Areia”, crianças tão sofridas, que enfrentam fome, frio e a solidão. Cada uma dessas crianças com suas dores, seus fantasmas, e até mesmo sonhos. Já perdi as contas de quantas vezes eu li esse livro, e a cada leitura eu ria e chorava como se fosse a primeira vez. Jorge Amado foi tão hábil em descrever essas crianças, que ao mesmo tempo são tão endurecidas pelas adversidades que enfrentam, mas que ainda são crianças com seus anseios e necessidades. Uma das cenas mais comoventes do mundo é quando eles brincam num carrossel... Gente, é indescritível.

Minha História das Mulheres – Michelle Perrot

Durante a faculdade de história, li obras de diversos pesquisadores da área, mas teve uma autora que encontrou um cantinho no meu coração e tomou posse: Michelle Perrot. Essa francesa tem trabalhos incríveis que abordam a participação e vivências de mulheres em alguns períodos e recortes históricos, e no livro “Minha história das mulheres”, Perrot faz um levantamento sobre seus trabalhos, reflete sobre o que encontrou e percebeu, e elenca também questões que ainda precisam ser pesquisadas. Esse livro é quase uma conversa com a historiadora, com uma linguagem tranquila e agradável. Recomendo para qualquer pessoa, mesmo para quem não é professor de história.

Esses foram alguns dos livros mais significativos que eu li até hoje (2014). Espero continuar aumentando essa lista, encontrando livros incríveis e inesquecíveis.

E você? Quais livros te marcaram?