Malala
é uma adolescente paquistanesa que só queria continuar estudando. Mas para
conseguir frequentar a escola ela precisou desafiar o Talibã. Ao voltar da
escola, em 2012, Malala foi baleada, mas sobreviveu, e continua a sua jornada
em busca dos direitos das meninas. Esse livro, um relato verídico escrito pela
própria Malala com auxílio da jornalista Christina Lamb, é extremamente significativo
por mostrar a luta diária que as mulheres ainda enfrentam em diversos lugares
do mundo para garantir direitos básicos, como o acesso à educação escolar.
Malala
morava no vale do Swat, no Paquistão, região cercada de montanhas, áreas verdes
floridas e rios com cachoeiras. Era uma região turística, com muitas belezas
naturais, mas que se tornou um lugar de medo com a ascensão da milícia Talibã,
um grupo que interpreta as leis muçulmanas de forma fundamentalista e
deturpada. No livro, Malala mostra que o Islã é uma religião plural, com muitas
linhas e grupos, com interpretações diferentes acerca dos ensinamentos do
alcorão, e que o terrorismo e a violência propagandeada pelo Talibã feria os
próprios muçulmanos, como Malala.
O
pai de Malala tinha o sonho de abrir uma escola, e com muita dificuldade ele
conseguiu criar uma instituição de ensino que atendia meninos e meninas. Seu
pai foi o seu maior incentivador, um ativista que lutava para que ela e todas
as crianças, fossem meninos ou meninas, tivessem o direito de aprender. O
relacionamento deles é muito bonito, sendo que ela sempre teve voz ativa dentro
de casa, diferente da cultura hegemônica no vale de Swat que colocava o homem
como o chefe da família, e que todas as mulheres deveriam se calar e se
submeter a sua vontade.
“Das mulheres, espera-se que cozinhem e que sirvam seus pais e irmãos. Enquanto os homens e meninos podem andar livremente pela cidade, minha mãe não tinha autorização para sair de casa sem que um parente do sexo masculino a acompanhase, mesmo que esse parente fosse um garotinho de cinco anos de idade. É a tradição. Decidi muito cedo que comigo as coisas não seriam assim. Meu pai sempre disse: “Malala será livre como um pássaro”.”
O
relato de Malala nos aproxima da cultura e da história de países que não
estamos acostumados, ou que conhecemos apenas por estereótipos. Ela nos
descreve um pouco da história do Paquistão, da Índia, do vale do Swat, do povo
patchun, do crescimento do Islã no Paquistão, as interferências dos EUA. É
muito importante conhecer essa história a partir do olhar de quem estava lá,
que viveu tudo na pele, que perdeu a casa, amigos e quase perde a vida
também. Recomendo muito o relato de
Malala Yousafzai, é uma forma de sairmos da nossa zona de conforto e de nos confrontarmos
com uma realidade que é tão distinta da nossa, mas em alguns aspectos, tão
semelhante.
“Eu
Sou Malala” foi publicado no Brasil pela Companhia das Letras e sua tradução
foi feita por Caroline Chang, Denise Bottman, George Schlesinger e Luciano
Vieira Machado.
Há muito tempo estou a fim de ler este livro, conhecer um pouco mais sobre a cultura do oriente médio e a historia da Malala que é surreal. Ótima resenha.
ResponderExcluirAbraços
estantejovem.blogspot.com.br
Leia Paulo Henrique!
ExcluirEla explica a história do Paquistão, e de alguns outros países do oriente médio, de forma bem didática. Por exemplo, ela conta como foi a captura do Bin Ladem e como isso repercutiu para os paquistaneses.
Abraços!
Obrigada pelo comentário!
Leia Paulo Henrique!
ExcluirEla explica a história do Paquistão, e de alguns outros países do oriente médio, de forma bem didática. Por exemplo, ela conta como foi a captura do Bin Ladem e como isso repercutiu para os paquistaneses.
Abraços!
Obrigada pelo comentário!
Para mim literatura é isso: é sair da zona de conforto e aprender sobre o outro. Você me convenceu que eu preciso conhecer a história de Malala. Apesar de ser cristã, tenho uma grande admiração pelo Islã, graças as histórias de Simbad, Aladim e Ali Baba e os 40 ladrões que fizeram parte de minha infância sempre me interessei por esse universo cultural e hoje chego a ter até mesmo um Alcorão em minha estante. Amo o Manssour Challita, responsável pela tradução da minha edição.
ResponderExcluirMuita gente acha que o Islã é uma religião intolerante, mas no Alcorão se repete a exaustão que "Alá é misericordioso, que devemos ser bons, que nenhum mal [nem mesmo o que tiverem o tamanho de uma formiga] serão ignorados por Ele, assim como nenhum bem. As pessoas é que fazem interpretações equivocadas e machistas do texto "sagrado", assim como muitos fazem da Bíblia.
Amei tua resenha, apresentou com simplicidade e clareza o livro e me convidou a leitura. Obrigada.
Cheros, Pandora.
Nossa, seu comentário me deu mais vontade de escrever! Obrigada pelo carinho e pelo comentário! Fiquei extremamente feliz =D
ExcluirE o que você falou é verdade, temos uma visão muito deturpada do Islã, principalmente por ser uma religião pequena no Brasil, quando ela aparece na mídia é sempre por motivos negativos. Isso é muito triste, pois como vocês colocou, um dos pontos mais importantes do islamismo é a misericórdia.
Quando eu li o relato da Malala também fiquei chocada com a minha ignorância acerca do Paquistão, sou professora de história, e minha formação ainda foi muito voltada para a história ocidental, principalmente europeia. Precisamos de mais livros assim, que nos cause esse desconforto, que nos provoque reflexões, que realmente nos mude.
Um grande abraço!
Fran
Muito bom ler esse tipo de livro que nos faz pensar sobre a forma diferente de viver das diversas culturas...
ResponderExcluirótimo post!
BJs, Lu - http://resenhasdalu.blogspot.com.br/
Sempre bom encontrar livros assim =)
ExcluirObrigada pela visita!
Abraços!
Fran
Sinceramente eu nunca tinha me interessado muito por esse livro vendo ele por ai, mas sua resenha mudou meu ponto de vista. Parece uma obra bastante interessante e incentivadora. As mulheres precisam conquistar seus direitos em todos os 4 cantos do mundo. Você escreve muito bem.^^
ResponderExcluirSe puder passa lá no blog.
Bloody Kisses
Monólogo de Julieta
Fico muito feliz Paloma em ter despertado seu interesse nesse livro =) E nós mulheres ainda temos muito ainda a ser conquistado!
ExcluirObrigada pelo carinho!
Abraços!
Fran
Vi um documentário sobre a luta dessa menina e tudo que ela passou pelo seu direito de se expressar, por seu direito a educação. Ótima dica, pretendo ler em breve.
ResponderExcluirAgradeço a visita ao meu blog, já estou seguindo aqui e nas redes sociais. É sempre muito bom encontrar mais pessoas que gostam de ler (não só livros, mas quadrinhos também, hehehe). Um abraço!
Oi Nanda!
ExcluirObrigada pela visita =) Ainda não assisti esse documentário, mas vou procurar!
Eu redescobri os quadrinhos faz um ano, mais ou menos, por causa do Luiz que começou a colecionar, e estou adorando! Tem muita coisa legal em quadrinhos!
Obrigada pelo carinho!
Abraços!
Fran
Pesquisando sobe livro de qualidade encontrei esta página, gostei e já estou seguindo.
ResponderExcluirAbraços
Carlos Hamilton
www.mesadeconversa.com