sábado, 12 de julho de 2014

O Chamado do Cuco - Robert Galbraith

   Você gosta de histórias de detetive? Algo que te lembre o suspense de Agatha Cristhie e sua mais famosa criação, o detetive Hercule Poirot, ou então Sherlock Holmes, obra máxima de Conan Doyle? Você deve então experimentar essa nova empreitada literária de J.K. Rowling, com o pseudônimo de Robert Galbraith, e desvendar o mistério: foi suicídio ou assassinato?





    A história já começa com uma tragédia, o corpo da super modelo Lula Landry está estendido na neve. Mas será que ela pulou? Ou será que foi jogada? A polícia acaba declarando a morte como suicídio, mas 3 meses depois, inconformado com a perda, o irmão de Lula procura pelo detetive particular Cormoran Strike para investigar e descobrir a verdade sobre a morte de Lula.

    Nesse interim também conhecemos Robin Ellacott, uma moça em busca de um bom emprego e que havia acabado de ficar noiva. Depois de um “encontro” bem estabanado, ela se torna secretária do detetive Cormoran, e acaba se mostrando uma eficiente assistente de investigação, sagaz, com tato para lidar com as reviravoltas da vida de Cormoran e com iniciativas surpreendentes para ajudar no entendimento do mistério da morte Lula. Cormoran é um veterano de guerra, com muitas feridas (físicas e emocionais), com um rombo em suas contas e que vê na investigação da morte de Lula Landry a salvação da sua vida financeira.

   Apesar de começar a história já morta, descobrimos muito de Lula Landry durante a investigação, desnudando diversos lados de sua personalidade. Será ela a pobre menina rica?  Ou será a fútil super modelo viciada? Ou a jovem mulher negra que sofreu preconceito por ser adotada por uma família branca? Lula Landry é uma personagem mais profunda do que os próprios personagens do livro julgavam.

“Como era fácil tirar proveito de tendência de uma pessoa à autodestruição: como era simples empurrá-las para a inexistência, depois recuar, dar de ombros e concordar que este fora o resultado de uma vida caótica e catastrófica.”

   Gostei muito desse livro, eu amo histórias de investigação e mistério, fico tentando acertar o final e confesso que a J.K. conseguiu me surpreender! Não esperava esse desfecho, e achei super interessante. Foi uma leitura fácil, que me despertou a curiosidade. Claro que não é a mesma linguagem dos livros do Harry Potter, é uma linguagem um pouco mais adulta, mas ainda assim é uma leitura ágil.

    A capa brasileira é muito bonita, segue a capa da edição inglesa, adorei a montagem com os tons de azul. Mas pesquisando sobre os livros descobri que nos EUA a capa foi diferente, com a imagem de uma moça de costas sendo disputada por flashes de paparazzi, dando a entender que é a Lula Landry sendo retratada na capa. Só que a Lula é negra, e isso é um ponto importante na história, não é uma característica que foi citada no início e nunca mais, e na capa estadunidense a moça retratada é branca. Isso me incomodou, por que não retratar a personagem como ela é descrita no livro? Isso é problemático... Se optou por mostrar a personagem, por que branqueá-la? (Editora estadunidense, você mandou mal)  



   
     Mas a J.K. Rowling está de parabéns pela história e a Rocco pela capa e diagramação, o livro ficou muito lindo. Esse é só início da carreira do detetive Cormoran e sua parceira Robin. Se você tiver a oportunidade, leia!

O Chamado do Cuco foi publicado no Brasil pela Editora Rocco, com traduçã de Ryta Vinagre.



5 comentários:

  1. Oi, Fran!
    Boa resenha!
    Já ouvi falar muito nesse livro, mas nunca tive curiosidade de ler, sabe-se lá porque.
    Mas gostei bastante do que você disse, vou colocar na minha lista!
    =D

    http://osdragoesdefogo.blogspot.com/

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    1. Oi Kaio!
      Eu me diverti bastante lendo O chamado do Cuco. Espero que você curta também.
      Abraços!

      Fran

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  2. Começando a comentar pelo final, também sentir coisas quando a Novo Conceito lançou o livro "O começo do Adeus" da Anne Tyler na capa tem uma menina loirinha, mas no livro a personagem para quem alguém diz adeus é uma médica negra de espirito prático.... Parece que o mercado editorial não compreende que pessoas negras também leem ou continua se negando a dar visibilidade a diversidade de cores que existe no mundo em prol de uma estética branca.

    Agora, voltando ao livro, um dos meus companheiros de virtualidade fã de Agatha Christie e derivativos leu recentemente "O chamado do cuco" e não gostou, mas quando ele colocou os motivos que levaram ele a inclusive abandonar a leitura pela metade eu fiquei com a impressão que esse seria um livro pelo qual eu poderia me afeiçoar... Então tenho ele no kobo, está esperando pela leitura e essa resenha me fez sentir vontade de trazer essa leitura para a roda... quem sabe?!?! Tenho curiosidade em ver a quantas anda a escrita da J.K.

    Cheros, Pandora.

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    1. O mercado editorial ainda não entendeu que os leitores são múltiplos e plurais, e que os livros e as capas devem refletir essa pluralidade. É complicado passar a vida lendo livros que te invisibiliza, te ignora, te apaga. Definimo-nos a partir das representações que absorvemos durante nossa vida, o que fica prejudicado quando não temos personagens que podemos nos identificar de fato, ou quando esses personagens são sempre negativos. Me lembrei de uma entrevista da Whoopi Goldberg, sobre como foi importante para ela assistir a Star Trek e ver a Uhura na ponte de comando, ela disse que gritou: "mãe! tem uma mulher negra na TV, e ela não é a empregada!". Foi empoderador pra ela se identificar com a Uhura, ela percebeu que tinha outras possibilidades de vida, e isso é incrível! A arte tem um poder imenso na nossa vida!

      agora divagando... acho que os blogs literários podem (e devem) questionar as editoras em relação a essas questões. Tem tanto blog aí com parceria com editora, mas por medo de perder a parceria diz amém pra tudo que a editora faz (não são todos, tem muitos com parceria e um trabalho muito legal, com posicionamentos), perdendo a oportunidade de um diálogo com o mercado editorial, de questionar, de pressionar, de mostrar que o ato da leitura não é passivo, mas sim uma troca, e que é preciso um interesse real do mercado editorial em ser receptivo com as nossas impressões.
      Enfim... vou amadurecer melhor essas ideias, rsrsrs.

      Obrigada pela visita!
      Abraços!

      Fran

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  3. Eu gosto dessa coisa de desvendar mistérios e ter um detetive no meio, não é atoa que comecei a me interessar por leitura pelo Sherlock Holmes, mas não sei, eu fico com um pé atrás com essa editora porque sou a única pessoa da face da terra que não gostou de HP. Então eu meio que não quero ler outras coisas dela. Não descarto a possibilidade, mas por enquanto, não.

    Bjs, @dnisin
    www.seja-cult.com

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