Vilania Eterna - Batman 23.1 e 23.2

    No início desse mês, procurando algo novo na banca, uma HQ do Batman me chamou atenção pela capa metalizada e as palavras “Vilania Eterna” acima do nome da revista. Resolvi dar uma folheada e percebi que o homem morcego não aparecia em momento algum na revista que leva seu nome. Foi o suficiente para despertar minha curiosidade e comprar Batman 23.1 e Batman 23.2.

Batman 23.2

   Vilania Eterna é a mais recente saga da DC, na qual, todos os títulos dos novos 52 terão ligações com o evento que a editora Panini esta chamando de “a saga do ano”, e tem previsão para ir até dezembro, além das intervenções nos quadrinhos mensais já habituais da DC, todo mês esta sendo lançado uma nova revista que leva o nome da saga. Já não encontro Vilania Eterna número um aqui na minha cidade, então não sei se vou acompanhar toda a saga, apesar de ter gostado das revistas que adquiri.

Batman 23.1

   Cada revista do Batman que eu comprei vem quatro histórias, na 23.1 a primeira é uma narrativa sobre o Coringa, “Hora de ninar o macaco”. Eu achei uma história boba com flashs de lembranças nada convincentes sobre a infância do coringa, enquanto no presente o vilão rouba um bebe gorila do zoológico e passa todo seu conhecimento do mau para o primata. Coringa o trata como um filho, e lhe dá o nome de Capetorila e o usa em seus crimes. Bom, as histórias são curtas e muitas delas deixam um final em aberto, mais duas palavras e eu vou acabar dizendo o final.

   A segunda historia é da Arlequina em “Arlequina vive”. Essa eu achei bacana, os flashs são coerentes, Harleen Quinzel estudando, se formando como psiquiatra, procurando novos desafios, indo trabalhar no asilo Arkham, conhecendo o sr C., enquanto no presente ela chora suas mágoas enquanto aterroriza Gothan e procura um modelito que lhe caia bem.

  A terceira historia, e talvez a melhor da revista, é “A Ventriloquista em talento macabro”. Na Gothan tomada por vilões, sem a liga da justiça e sem o Batman, alimento e energia elétrica são escaços, porém o teatro Melodian abre suas portas com energia elétrica, comes e bebes, e claro, uma apresentação da Ventriloquista e seu boneco Ferdie. Os flashs do passado da personagem é o mais bacana. As imagens mostram a realidade da vida da vilã mas a narração deturpada da Ventriloquista torna mais fácil de entender a mente psicótica da personagem. Vale a pena ler!

  A quarta e última história é “A filha do Coringa em Carne e Tutano”. Não conhecia nada a respeito dessa personagem, mas a história é legal. Começa com uma Jovem encapuzada andando, boiando e nadando pelo esgoto de Gothan até encontrar uma comunidade que vive nas cavernas subterrâneas da cidade. Enquanto ainda espreitava a comunidade, ela encontra uma mascara, não apenas uma máscara, é carne, é um rosto, é o Coringa. (ele perdeu o rosto?) A Filha do coringa, não é mesmo filha do coringa. Nos flashs no decorrer da história mostra uma jovem de classe media com problemas com a autoimagem e incompreendida pelos pais, chegando até mesmo a se automutilar. Já no presente com o rosto do coringa como uma mascara, ainda observando a comunidade que vive no subterrâneo de Gothan a personagem percebe que os homens comem a carne e as mulheres ficam com os ossos. Sim, se trata de uma sociedade radicalmente patriarcal. Mas a filha do coringa não gostou muito desse estilo de vida machista e promete virar a mesa a favor das mulheres.

   Na revista Batman 23.2 as histórias são do Charada, Pinguim, sr. Frio e Duas Caras. Com um destaque especial para o Pinguim e o Duas Caras.

   Não tenho o que dizer sobre a arte desses dois volumes: São ótimas! Manteve as características clássicas das personagens e o clima sombrio de Gothan. Sei que não é fácil escrever quadrinhos curtos (cada revista tem 84 páginas para serem divididas em 4 relatos), desenvolver um roteiro com poucas páginas não é complicado, mas eles acertaram em cheio e deixaram um gostinho de quero mais. Tanto que já providenciei a revista Batman 23.3.